Banho Maria é um novo grupo musical, formado em Ourém, e composto por seis músicos que misturam pop-rock com fado numa base acústica.
A banda está a lançar o álbum de estreia, “Casa do Castelo”, cujas canções refletem as vivências de cada um dos seus elementos.
Inicialmente os Banho Maria eram os Devolta e cantavam versões, até que se inspiraram para fazer o seu próprio caminho na Adega do Largo, espaço de tertúlia, animação e discussão mais ou menos privada e mais ou menos inspirada pelo vinho medieval local.
O trabalho de estreia conta com a produção de Nuno Roque que já trabalhou com nomes como Tiago Bettencourt, Capitão Fausto, Mercado Negro, Hands on Approach e os Golpes, por exemplo. Na voz ouvimos a Cláudia Ferreira que sonoriza os amores naif e envergonhados numa “cama” de violas acústicas, autoharpa, xilofone, teclados analógicos e a percussão de Paulo Reis, um autodidata que cria alguns dos seus próprios instrumentos.
‘Não Há Amor Como O Primeiro’ é o single de apresentação, disponível mais abaixo.
Antes que venha o inverno profundo, fomos beber um chá à Fábrica Imperial.
Daniela Azevedo – Cláudia, vocês são seis músicos, de Ourém, que a determinada altura decidiram formar os Banho Maria. Como é que começou a vossa história?
Cláudia Ferreira – Enquanto banda formámo-nos há cerca de dois anos. Tinhámos um outro projeto, chamado Devolta, uma banda de covers, que, a dada altura, teve a oportunidade de ir tocar a outro sítio e então começou tudo a tornar-se sério quase por brincadeira. O Tó Mané e o Alexandre já tinham há muito tempo o sonho de fazer algo original e inovador no mundo da música. Surgiu agora a oportunidade e juntámos os nossos interesses.
DA – E chamam-se Banho Maria porque…
CF – O nome sugiu por acaso num jantar de família. Estávamos à conversa, naquela fase em que andávamos à procura de um nome para o grupo, e no meio da conversa surge o comentário: “Então isso está assim mais ou menos em banho maria”. E de repente fez-se luz: pronto, é isso! Levei o nome ao grupo e foi unânime, ficou logo resolvido [risos]. Foi engraçado.
DA – Sobre a capa do disco, quem foi que a fez com aquele grafismo a sugerir um desenho feito à mão?
CF – Fui eu que a desenhei e compus digitalmente.
DA – És uma artista cheia de valências…
CF – [risos] Eles dizem que sim e eu acredito!
DA – Achas que, hoje em dia, um artista não se pode fechar apenas numa “caixa” de talento?
CF – Sim, acho que um artista tem de ser uma pessoa completa. Mesmo noutras profissões, cada vez mais, não nos podemos cingir a apenas uma habilidade. As nossas mais-valias estão também nas outras coisas que sabemos fazer.
DA – O que encontramos neste álbum de estreia, na “Casa do Castelo”?
CF – São temas todos originais, com sonoridades originais e que julgamos ser diferente, já que faz uma fusão de estilos. Encontramos letras que falam de amores mais tímidos, com histórias de vida, com sentimentos e histórias de amor por detrás. Vão ao encontro das nossas inspirações diárias e do que vivemos até agora.
DA – E tem a produção de um nome já bastante conhecido no mundo da música: Nuno Roque. Como foi trabalhar com ele?
CF – Mantivemo-nos bastante fiéis ao que já tínhamos em mente de início mas obviamente que ele deu um toque de especialista, o que fez com que ficasse muito melhor! [risos]
DA – Já tive oportunidade de ver uma das vossas atuações e notei que cantas descalça. É sempre assim?
CF – Sim, é. Em palco estou sempre descalça e é assim que quero estar porque estou muito confortável; não quero uma coisa forçada porque isso transparece na forma como eu canto, portanto quero que seja algo mais próximo do público.
DA – Há instantes falavamos do quão dificil é encaixar-vos num estilo musical. Quem são as vossas inspirações?
CF – As minhas inspirações andam todas à volta da minha família.