Estreio-me no palco Antena 3 para uma artista que, em oposição, está agora a dar os passos iniciais de uma carreira que só pode ser longa. Apesar de Portugal não ter grande tradição no funk, cada vez mais grupos e cantores vão emergindo neste contexto musical e Da Chick é uma excelente representante do género que lhe é tão natural como acordar e dar uns fofos “bons dias” a toda a gente com quem se cruzar.
De cabelos encaracolados, pele bronzeadinha e sorriso verdadeiro, todos vestidos em ganga e ténis, Da Chick traz o funk da velha escola, o groove eterno da soul e salta ao balanço rítmico do disco. O seu primeiro álbum de originais, “Chick to Chick”, aqui hoje amplamente mostrado, é uma viagem ao universo da música soul, onde não faltam os ritmos mexidos e animados do funk, do disco ou do hip-hop. ‘Do Tha Clap’, o single de apresentação do álbum, foi logo o primeiro e só é de lamentar que não fosse ouvido quando, não só todo o espaço do palco Antena 3 já estava completamente cheio, como na escadaria do MEO Arena já muitos fãs batiam palmas e abanavam as ancas ao ritmo desta jovem portuguesa. ‘Lotta Love’ também foi das primeiras, bem como ‘Don’t Touch My Soul’.
Ao vermos a maneira como Da Chick se movimenta em palco, temos a sensação que estamos perante uma diva habituada a ser aplaudida por multidões e a cantar sabendo que vai encantar. Teresa Freitas de Sousa, o seu nome verdadeiro, brinca com o microfone, interage com os seus “brothers” em palco, provoca o público, não deixando ninguém esmorecer, e até já faz poses para os fotógrafos enquanto canta. O ponto alto do concerto aconteceu quando Da Chick se some de repente para logo a vermos empoleirada no stand de um dos parceiros do evento que oferece saltos em altura para um gigante insuflável. E aí vai ela, sempre de microfone na mão, a lançar-se num salto de 8 metros em pleno espectáculo. «My ass hurts. Como é que eu saio daqui?», brinca ela no fim da proeza. ‘Funky Call’, já confessou, é uma das suas músicas favoritas do disco, o que bem se notou aqui. O concerto, ou devo dizer, a festa colorida e divertida desta alfacinha com alma negra, terminou com o poppy funky ‘Cocktail’. Nota alta também para os seus músicos e para o bailarino Chocolate Brown. «Estava capaz de casar contigo, mano», diz-lhe ela rendida aos dotes de homem elástico do rapaz.
Trabalho feito por Daniela Azevedo para o extinto site do grupo Media Capital Rádios: Cotonete – Música e Rádios Online