Neste verão a passagem por esplanadas lounge pode muito bem ser acompanhada de uma banda sonora refrescada pelas reedições de Ciro Cruz “Groove Inside” e “Mandala” em formato digital. Os dois álbuns tiveram edição física em 2014 e 2015, respetivamente.
Ciro Cruz, baixista brasileiro, natural do Recife, Brasil, mudou-se para o Rio de Janeiro na década de 80, quando começou a tocar ao vivo com artistas brasileiros como Fagner, Ed Motta, Banda Black Rio ou Gabriel o Pensador. O músico também participou em sessões de estúdio com o baterista Stewart Copeland, dos Police, Delmar Brown, que tocou com Sting, e Howard Levy, dos Bella Fleck and The Flecktones. No total, e até à data, Ciro já participou em cerca de uma centena de álbuns.
Em 2005, Ciro Cuz mudou-se para Portugal e nunca mais o perdemos de vista. Ciro integrou e dirigiu a banda Rock in Rio em três edições do popular festival, atuou com Rui Veloso, Jorge Palma, Expensive Soul, Sara Tavares, Incógnito, Omar e Maria Rita, além de, no fado, ter acompanhado Mariza, Carminho e Raquel Tavares. Ciro Cruz foi, também, um dos fundadores da banda The Black Mamba.
Ouça, mais abaixo, o tema ‘Mandala’, enquanto fica a conhecer um pouco melhor o que anda o baixista brasileiro a fazer em Portugal.
Daniela Azevedo – Ciro, nestes últimos dias chegaram-me ao ouvido duas músicas suas: ‘Mistura Fina da Lagoa’ e ‘Mandala’. Fazem parte de alguma novidade maior ou das reedições?
Ciro Cruz – O tema ‘Mistura Fina da Lagoa’ faz parte do álbum “Groove Inside”. O tema ‘Mandala’ faz parte do segundo álbum, com o mesmo título, ambos agora reeditados digitalmente.
DA – Ciro, como sente que a sua carreira tem evoluído?
CC – A minha carreira tem evoluído muito bem. Apesar de já ser músico profissional desde a década de 80, a minha carreira como artista independente só tem três anos.
DA – Trabalhar em Portugal continua a ser opção para si?
CC – Continua a ser uma opção, sim.
DA – Já tocou outros géneros musicais?
CC – Sim, já toquei do fado ao funk!
DA – Gabriel o Pensador e Ed Motta são apenas dois dos nomes com quem já tocou. Houve alguma colaboração, ao longo de todos estes anos, que mais o tenha marcado?
CC – Sim, passei muitos anos com o Gabriel o Pensador, somos parceiros no tema ‘Brazuca’, passei alguns anos com o Ed Motta e passei muitos anos com o Fagner, que foi com quem vim a primeira vez a Portugal.
DA – E como foi tocar na EDP Rock Street do Rock in Rio Lisboa deste ano?
CC – Tocar na EDP Rock Street foi muito importante. Já toquei em muitas edições passadas do Rock in Rio como músico nos palcos Mundo e Palco Sunset mas nunca o tinha feito como artista, como Ciro Cruz. Por isso este foi o mais importante para mim.
DA – Acha que Portugal precisa de mais música jazz?
CC – Acho que Portugal como o resto do mundo precisa de mais música. Sempre!
DA – Qual é, ou quais são, para si, os melhores sítios para se ouvir e para se tocar jazz em Portugal?
CC – Para ser sincero não sei responder. Eu nunca fui convidado para atuar em nenhum espaço onde se toca o “jazz”. Mas acho o festival OutJazz muito simpático. Já tive o prazer de participar e acho a iniciativa muito boa por levar música gratuita a todos.