Entrámos no mês de novembro e, arrumadas as decorações de Halloween, está na altura de nos centrarmos na próxima grande festividade: o Natal. Com a chegada da quadra natalícia, chegam sempre, também, as eternas melodias e passeios característicos de inverno que dão toda uma componente emotiva adicional ao frio e à chuva. Este ano, Miguel Ângelo, que já leva três anos de carreira a solo, vai levar o Natal a Sintra num concerto no Centro Cultural Olga Cadaval, a 5 de dezembro, para apresentar o álbum “Segundo”, lançado a 3 de abril. Os bilhetes têm preços entre os 12 e os 15 euros.
Se já estás a agendar as primeiras compras de Natal, embrulhos, a pensar nos doces quentinhos e na decoração da casa com muito vermelho, verde e dourado, então “O Natal Segundo Miguel Ângelo” é para acrescentar à lista. E porque, felizmente, algumas relações profissionais se mantêm para lá do media ao qual estamos vinculados no momento, o cantor contou-me nesta simpática conversa que o espetáculo vai misturar a apresentação do disco “Segundo”, produzido pelo próprio, com o espírito do Natal, recuperando alguns clássicos da quadra e o seu single de 2013, ‘O Teu Natal’, que podes ouvir mais abaixo.
A abrir e a encerrar “Segundo” encontramos dois duetos: a versão de ‘O Vento Mudou’, precisamente cantada a meias com o seu intérprete original em 1967, Eduardo Nascimento, igualmente disponível mais abaixo, e a encerrar o inédito ‘A Última Canção’, desta vez com a cantora, pianista e compositora luso alemã, Nicole Eitner.

Miguel, no álbum “Segundo” encontramos um fado, duetos, um instrumental… é muito diversificado. Estás numa fase de fazer aquilo que te apetece?
E isso é mau? Acho que na música não deve haver limites. Podemos certamente limitar a nossa ação a fazer aquilo que julgamos saber fazer melhor, mas a necessidade de desbravar novos caminhos sobrepõe-se muitas vezes a isso. Eu tenho tido a sorte de sempre ter podido fazer o que me apetece, às vezes com bons resultados, outras vezes com menos bons. Mas não deixo que esse resultado influencie diretamente o meu caminho.
Daniela Azevedo – No álbum há uma participação de Nicole Eitner. Quem é e como se conheceram?
Miguel Ângelo – Na adolescência, a Nicole morava na minha rua e pertencia a um grupo de estudantes do colégio alemão que estavam sintonizados com a onda do meu grupo de amigos. Praia, Bairro Alto, discos e concertos, foi o que nos aproximou.
DA – Sentes que estás a conquistar outros fãs diferentes daqueles que seguiam os Delfins?
MA – Todos os dias. Interessa-me sobretudo chegar a gente nova. Mas claro que gosto de continuar bem perto daqueles que me acompanham desde sempre, há mesmo um sentimento familiar. Com a longevidade também se quebram alguns preconceitos junto do público mais velho que se calhar há uns anos não me podia ouvir.
DA – Porquê esta opção de editar só em digital ou vinil? Do 8 ou 80?
MA – Sim, do mais fácil e universal ao mais difícil e particular, logo mais atraente. Para além da beleza e qualidade da preservação de um disco em formato vinil, que hoje em dia considero algo nobre.
DA – A capa do álbum, o dueto com Eduardo Nascimento, a opção pelo vinil… tens saudades do que se fazia no século passado?
MA – Não tenho saudades mas gosto muito, porque faz parte da história da música popular, o que sempre me atraiu. A música do presente não faz sentido – e torna-se vazia – se não tiver referências.
DA – Onde é filmado o vídeo?
MA – Nas caves do Museu da RTP, que até tem muito mais interesse que o próprio Museu em si, já todo muito multimédia. Está lá toda a história da tecnologia aliada à da indústria da música, preservada com um cuidado e uma dedicação dignos de nota.
DA – O que é feito dos Movimento?
MA – À espera de uma altura em que transportar toda aquela gente para a estrada seja viável…
DA – Há alguma característica que gostavas que o público entendesse como diferenciadora entre o Miguel Ângelo a solo e o Miguel Ângelo dos grupos que vai integrando?
MA – Sim, o estilo musical, a imagem e o papel desempenhado.
DA – Foste pai há poucos dias… em que medida é que este Natal vai ser diferente com um bebé em casa?
MA – Natal é nascimento, para crentes e não crentes, familiarmente é sempre uma alegria. Também já tenho muitos animais de peluche para o Presépio.
DA – E o concerto no Centro Cultural Olga Cadaval, que pormenores nos podes já adiantar sobre ele?
MA – Terá uma componente Natalícia, que o tornará diferente de todos os outros da tour. E isso inclui muitos convidados – alguns mesmo especiais – e um reportório único. E sim, chegou a altura de interpretar Elvis Presley.