O Principezinho – Antoine de Saint-Exupery
«Tu tornas-te eternamente responsável por aquilo que cativas!». Sim, não fujas dessa responsabilidade. É ela que te torna especial aos olhos de alguém. E foi mais ou menos isto que aconteceu com a minha amizade com o Mário Pires. Com uma vida profissional onde ambos piscamos o olho à música e às novas tecnologias, foi quase sem querer que o Mário me fotografou na plateia de algumas conferências sobre os avanços da tecnologia. Mais tarde, quis o destino que viéssemos a trabalhar juntos no projeto Musicfest.pt.
Ter sido convidada a participar no seu Book Loving Girls – Portraits of women and their favorite book foi um gosto tão grande que lhe propus que a sessão acontecesse em jeito de presente pelo meu aniversário. O local estava escolhido – um coreto abandonado que, neste momento, acaba por ter sido “engolido” nas obras de recuperação do Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa. Não baixámos os braços (nem a lente!). Ali mesmo, encontrámos os recantos que, a mim, me devolvem muita do misticismo que também dá as mãos ao livro escolhido: “O Principezinho” de Antoine de Saint-Exupery. Porquê? Porque tal como também acontece a muitos de nós, o livro foi-me acompanhando nos primeiros anos de vida adulta, quer fosse numa aula de Português, já num nível mais avançado, num workshop de teatro, ou porque alguém se lembrava de o referir numa conversa. Velhinho, amarelado mas muito bem estimado, este “Principezinho” que o Mário fotografou estava no meu “quarto de solteira” em casa dos pais quando, há pouco mais de um ano, o resgatei após um jantar em família.
Inspirada a ler em voz alta pelo meu grande amigo Basílio Vieira, que não conhecia o conto (onde andaria essa pequena criatura!?), comecei a gravar-lhe, capítulo a capítulo, a odisseia d’”O Principezinho” enquanto este vai conhecendo as estranhas mas cativantes personagens que são, afinal, um disfarce linguístico para quase todo o tipo de gente que atravessa o nosso caminho ao longo da vida.
Obrigada a estes homens todos: Ao Mário, Ao Basílio, ao Saint-Exupery e… ao “principito”.
O “Principezinho” já era uma obra incontornável para toda a gente. Agora faz parte do meu ADN e a ele recorro quase diariamente para ir buscar sentido às agruras e felicidades quotidianas.

Mais em: Book Loving Girls