Conclusões do MeetOn “Energia e Sustentabilidade”

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A crise pandémica conduziu a um colapso do consumo de gás e petróleo no mundo, dando lugar de destaque às energias renováveis, naquele que é considerado por António Costa Silva um passo fundamental para a descentralização do modelo de consumo energético e até geopolítico porque “quanto mais produzirmos localmente e descentralizarmos os centros de produção, mais resilientes seremos”.

No atual modelo de consumo, a sociedade transforma recursos em lixo, ainda que no pico da crise pandémica a quantidade de CO2 libertada para a atmosfera tenha diminuído consideravelmente. Um cenário que o CEO da Partex Oil and Gas Portugal receia que venha a inverter-se assim que for descoberta e aplicada massivamente a vacina contra a CoVid-19. Nesse cenário, António Costa Silva defende a aposta nas energias renováveis de matriz internacional para o nosso país, mas também o desenvolvimento de um modelo que assente no tratamento de resíduos agrícolas e na biomassa no interior do país, para produção de calor combinada com eletricidade. “Se caminharmos no sentido de uma economia circular teremos uma transformação de sucesso”, considera. O mar é uma fábrica imensa de energia, a par da energia solar; ambas serão o futuro. “Acredito que a energia solar é um dos caminhos deste século”, diz o professor, referindo que recebemos do sol 8 mil vezes mais energia do que consumimos.

António Sarmento, Fundador e Presidente da Direção do WavEC Offshore Renewables, é da opinião que o impacto da crise atual no sistema energético pode, ou não, ser significativa. Por um lado, a atual situação aumentou a nossa fragilidade enquanto sociedade, num contexto que não é apenas o da saúde, o que acentuará o interesse global em ter um mundo mais limpo e fontes energéticas mais distribuídas. “É ainda mais óbvio que temos que mudar o nosso paradigma energético”, determina.

Outro grande impacto no planeta desta crise pandémica é o teletrabalho, a perceção de que as pessoas podem trabalhar a partir de qualquer lugar e de forma eficiente, o que tem impactos energéticos muito grandes, nomeadamente na redução do transporte rodoviário. Também no transporte aéreo por motivos profissionais, há, para António Sarmento, a perceção que muitas das viagens que eram feitas para realizar reuniões presenciais podem ser substituídas por teleconferências com grande poupança de tempo e dinheiro e com muito mais conforto.

As energias renováveis vieram para ficar e o futuro é elétrico e verde. Esta certeza foi, igualmente, deixada por José Gonçalves, Presidente da Accenture Portugal, para quem o futuro é elétrico e verde. “Os clientes vão consumir, produzir e disponibilizar energia à rede. Vão ser prosumers. Os painéis solares de pequena escala vão crescer nos próximos anos”, antecipa o Eng.º.

A produção está a mudar para as energias renováveis e as bombas de calor também se vão desenvolver dando outro espaço à economia eletrificada. Por definição, vivemos num paradigma de produtor – recetor de energia, mas que está a mudar completamente: a produção vai mudar para as energias renováveis e os clientes vão passar a ser alguém que recebe e injeta energia na rede. Neste novo modelo de produção e consumo, passamos a ter uma plataforma inteligente que vai ter que ser capaz de fazer a gestão entre oferta e procura em tempo real. Há já novos players a quererem entrar neste setor, como a indústria automóvel que vê aqui uma nova oportunidade, entre retalhistas e start-ups. Se os veículos vão ser elétricos, faz todo o sentido que estejam nesta cadeia de valor.

Estas são apenas algumas das conclusões que estão disponíveis neste documento.

Daniela Azevedo para a APDSI

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