Tito Paris tem um álbum novo. O primeiro registo de inéditos em 15 anos chama-se “Mim ê Bô”, expressão crioula de manifestação de carinho e grande amizade – eu sou tu. Este foi o motivo para, numa tarde muito quente de junho se marcar um encontro no Rio Maravilha, na já por si especial LX Factory e passar uma boa meia hora numa conversa que foi desde a música, aos sentimentos universais até à comida.
O álbum inclui uma canção especial por ter sido a última deslocação de Bana a estúdio antes de morrer. «Fui visitá-lo ao hospital e disse-lhe que tinha gravado uma música dele de quando tinha trinta e poucos anos. Ele disse-me que a música era difícil. Nunca fez parceria com ninguém; claro que fiquei muito emocionado. Este disco é uma homenagem a Bana», revelou Tito Paris ao musicfest.pt.
A história por detrás do título do álbum tem a ver com a ausência prolongada de Tito Paris dos discos. Certo dia, em Cabo Verde, um fã perguntou-lhe por novidades e disse: «Quando sair eu estou aqui à espera, porque eu sou tu, mim é bô, estou contigo; não há problema nenhum, espero o tempo que for necessário. E por isso escolhi este título». Nestes 15 anos Tito Paris andou pelo mundo «a fazer várias parcerias com vários músicos, em vários palcos».
De recordar que, em abril, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, agraciou o músico com a Ordem do Mérito, por «preservar a singularidade, o génio crioulo e a tradição da música cabo-verdiana». Tito já era comendador da República de Cabo Verde, portador de passaporte diplomático e considerado embaixador da música de Cabo Verde no exterior e diz que todos estes títulos são um enorme orgulho mas um acréscimo de responsabilidade.
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