John Gallo sobre o Fujifilm FIF Viseu: «Todos os artistas que trazemos a Viseu este ano foram distinguidos»

Festival Internacional de Fotografia de Viseu

O Fujifilm FIF Viseu é o festival internacional de fotografia da cidade de Viseu e a edição de estreia realiza-se de 5 de maio a 4 de junho sob o tema “Inspiring Positive Change”. O fio condutor do festival é a intemporalidade dos trabalhos exibidos, de fotógrafos aclamados mundialmente, que trazem a Portugal e, mais concretamente, a Viseu, «séries fotográficas excecionais», descreve a organização do evento.

Além das obras expostas em 13 exposições individuais e uma exposição coletiva, que se estende por toda a cidade de Viseu, o Fujifilm FIF Viseu reúne fotógrafos, líderes de opinião, cientistas, políticos, jornalistas e a sociedade civil, promovendo a discussão de temas relacionados com o desenvolvimento e sustentabilidade da sociedade em workshops, palestras e masterclasses. O trabalho dos fotógrafos convidados e selecionados para a primeira edição obriga-nos a refletir sobre a mudança necessária para que discriminação, preconceito, pobreza, desigualdade e mudanças climáticas se transformem em temas do passado.

O Festival, de entrada livre (exceto as masterclasses), que pretende inspirar mudanças positivas, terá extensões noutras cidades, a partir de 2018, apostando na «divulgação da fotografia enquanto forma de comunicação universal, que une povos, causas e vontades, enquanto regista de forma única e irrepetível a diversidade, por vezes caótica, que nos rodeia».

Co-organizado pela Chappa e pelo Município de Viseu, o Fujifilm FIF Viseu tem John Gallo como diretor artístico, Guida Rolo como produtora executiva e Luís Belo na direção de comunicação. John Gallo aceitou responder a uma entrevista.

John Gallo - diretor artístico do Fujifilm FIF Festival
John Gallo – diretor artístico do Fujifilm FIF Festival

Daniela Azevedo – Em que medida as obras dos artistas aqui representados inspiram uma mudança positiva?
John Gallo – O tema do Fujifilm FIF Viseu reflete uma preocupação muito particular com as questões sociais e ambientais. Na vertente ambiental destaco a exposição “Ocean Rage” de Matilde Gattoni e, na esfera das questões sociais, a exposição coletiva central cujo tema é “Piles of Trash”: quatro interpretações de outros tantos fotógrafos sobre a pobreza e a exclusão em quatro países europeus: Reino Unido, Suécia, Espanha e Alemanha. Todos os ensaios que irão estar em Viseu resultam de uma visão muito apurada de fotógrafos conceituados – ninguém ficará indiferente, o trabalho destas mulheres e destes homens obriga-nos a refletir profundamente acerca da sociedade contemporânea, acerca da nossa influência sobre a natureza ou acerca da forma como distribuímos a riqueza produzida mundialmente.

DA – Qual foi o critério usado para se chegar a estes fotógrafos que vão estar em exposição?
JG – Excelência. Os melhores ensaios do ponto de vista da narrativa e da qualidade fotográfica. Vamos expor em Viseu obras que já foram expostas no MoMA, por exemplo. Todos os artistas que trazemos a Viseu este ano ou foram distinguidos pela Unesco, ou pelo World Press Photo ou pelo The Guardian/Royal Photographic Society.

DA – Porquê a escolha de Viseu para a edição de estreia?
JG – Viseu é uma referência nacional do ponto de vista social e cultural. O Festival tem o patrocínio da Fujifilm, é co-organizado pela Câmara Municipal de Viseu ao abrigo do Programa Viseu Terceiro, integrando-se desta forma num conjunto de atividades culturais de relevo, muito importantes não só para a cidade bem como para a região e para o país. A cidade tem todas as condições do ponto de vista estrutural para acolher esta mostra de referência e a sua localização é catalisadora: este Festival é produzido para um conjunto muito diversificado de públicos, de proveniência diversa.

DA – Quais são as características mais importantes do festival, aquilo que querem que venha a ser a sua imagem de marca?
JG – Qualidade, diversidade. O Fujifilm FIF Viseu é uma mostra única a nível europeu.

DA – Quais são as perspetivas para o futuro?
JG – Replicar, levar extensões a outras cidades.

DA – A parceria com a Fujifilm está na própria designação do festival. Como surgiu?
JG – A Fujifilm é central na produção do festival – o envolvimento da marca surge naturalmente dada a qualidade dos trabalhos que trazemos a Viseu. Há uma sintonia perfeita entre aquilo que para a Fujifilm é boa fotografia e a aquilo que para nós, organização, é trabalho de excelência. Iremos receber diversos X Photographers (embaixadores da marca), o cabeça de cartaz, Tomasz Lazar, é um deles. Teremos algumas atividades centradas nos embaixadores da Fujifilm, alguns workshops e palestras.

DA – Qual o seu fotógrafo de eleição da atualidade?
JG – Há um conjunto de fotógrafos muito, muito bons, de origens diversas e com estilos muito diferentes. Tenho que destacar todos aqueles que selecionámos para a edição deste Fujifilm Festival Internacional de Fotografia de Viseu. Podem consultar o programa no site do Festival em www.fujifilmfifviseu.com.

Daniela Azevedo 

 

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