Elisabete Mália sobre a exposição “Natureza com Arte” em Arruda: «Conseguem-se coisas maravilhosas»

As mandalas são um dos trabalhos prediletos de Elisabete Mália

Está patente ao público na Sala Polivalente do Posto de Turismo de Arruda dos Vinhos, até 30 de setembro, a exposição de Elisabete Mália intitulada “Natureza com Arte”.

A exposição, composta por objetos decorativos feitos integralmente por vides e acompanhados por frases inspiradoras, corresponde a uma viagem interior de paz da própria Elisabete que se inspirou na simplicidade e na harmonia da natureza para produzir as peças agora disponíveis. Nenhum material foi colhido das árvores; apenas recolhido depois de podas que já tinham sido feitas pelos proprietários dos terrenos. Há também fotografias e presépios feitos por outros nomes convidados a integrar a mostra.

São Miguel Arcanjo numa recriação de Elisabete Mália
São Miguel Arcanjo numa recriação de Elisabete Mália

Com a exposição “Natureza com Arte”, onde a própria Elisabete está, pessoalmente, a guiar os visitantes até dia 23, e com a possibilidade da visita ser feita depois das 18h00, a artista pretende mostrar «a capacidade que a natureza tem de nos dar coisas bonitas que tive a sorte de encontrar no meu caminho, conseguir olhar para elas de outra forma e vir a transformá-las», conta-me.

O projeto surgiu há cerca de um ano, quando Elisabete começou a recorrer às vides para fazer os seus “caçadores de sonhos”. Mais recentemente, surgiram outras peças «mais ricas em termos de criatividade. Quem ama a natureza vai gostar de me visitar. Gosto quando as pessoas aqui entram e eu vejo os seus sentimentos a transformarem-se, porque estarem rodeadas de natureza transmite-lhes paz. Estou muito grata por tudo isso que têm partilhado comigo», refere Elisabete, ou Elisheba, como também gosta que a tratem por ser a forma hebraica original de Elizabeth.

Numa breve visita guiada que tive a oportunidade de fazer à “Natureza com Arte”, Elisabete falou-me sobre o processo de construção dos objetos que agora estão expostos e disponíveis para venda: «A particularidade deste trabalho foi aquilo em que refleti à medida que ia colhendo as vides. No meio do campo proporcionaram-se momentos de meditação; estabeleci um paralelismo entre as vides e a vida. Por exemplo, notei que as gavinhas agarram-se com tanta força às estacas que são quase como certas pessoas que se agarram à vida de uma maneira impressionante. Achei muito enriquecedor, cresci bastante ao longo da criação destas peças».

Fadinhas mágicas na exposição
Fadinhas mágicas na exposição

Dezenas de obras, que vão desde candeeiros a outros objetos decorativos, trabalhados num método semelhante ao da cestaria, transpiram toda a boa energia que vai no coração da artesã e que Elisabete quer “plantar” nos outros Seres Humanos que por ali passam. As obras também têm por missão sensibilizar para a tradição arrudense e até para questões ambientais. «Arruda dos Vinhos está rodeada de campos com vinhas e as vides são consideradas um desperdício que muitas vezes as pessoas só usam ou para atear fogo à lareira, ou chegam a ficar aos montes no campo, acabando por se degradar e entrar no ciclo da própria natureza», explica.

Além das vides, também as pequenas e fortes gavinhas ganham pontos pelo lado estético porque são como espirais. E depois de tanto trabalho e amor aplicado, não custa vender as peças? Elisabete responde: «Traz-me prazer que uma peça destas, com tanta dedicação minha, vá para a casa de alguém. É um pedaço de mim que vai fazer outra pessoa sentir-se bem. Tenho trabalhado o desapego [risos]».

Daniela Azevedo e Elisabete Mália na exposição Natureza com Arte patente até 30 de setembro em Arruda dos Vinhos
Daniela Azevedo e Elisabete Mália na exposição Natureza com Arte patente até 30 de setembro em Arruda dos Vinhos

Daniela Azevedo

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