Conclusões da Conferência “Tecnologias Emergentes: a Saúde do Futuro?”

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As tecnologias emergentes, como IoT, inteligência artificial, blockchain, robótica e impressão 3D são ferramentas que permitem olhar para o futuro da sociedade, e em particular no contexto da Saúde, de forma otimista como adjuvantes dos sistemas de Saúde, dos profissionais e de cada cidadão, desde a fase do bem-estar até à gestão da sua saúde/doença.

Nesta edição de 2020 da conferência anual da Saúde da APDSI, um conjunto alargado de especialistas partilhou projetos e resultados da aplicação de tecnologias emergentes e diferenciadoras no contexto da Saúde e fez um enquadramento sobre como as mesmas estão a ser aplicadas à escala nacional e como montra do país na área da Saúde Digital, apesar de fazerem questão de sublinhar que as tecnologias emergentes já não são tão emergentes assim; são cada vez mais comuns.

A inovação assenta, do ponto de vista do Presidente do Conselho de Administração dos SPMS, Luís Goes Pinheiro, em quatro pilares que a instituição pretende levar a cabo:

Promover uma grande reforma das infraestruturas tecnológicas ao serviço dos sistemas da informação da área da Saúde. A SPMS tem a expectativa de que os fundos que virão para Portugal no âmbito do Plano de Cooperação e Resiliência também venham para reforço das infraestruturas tecnológicas ao serviço da Saúde, de modo a envolver os profissionais para que sintam que são parte do sistema e possam introduzir ferramentais mais atuais ao abrigo da tão desejada tecnologia de ponta. Mas também haverá um cuidado para com os sistemas de apoio às infraestruturas centrais ou locais. A gestão de hoje é tão atomizada que permite um largo espaço de melhoria no que respeita à centralização dessas tecnologias de forma mais robusta e segura. Fazer mais é ter menos o que, para a SPMS, é muito importante porque são geridos mais de 80 serviços de informação. A gestão de recursos e pessoas é enorme e acarreta situações que nem sempre são positivas e têm consequências. Mudar sistemas é difícil, por isso, as pessoas têm de sentir melhoria para aderirem à mudança. Temos de ter maior capacidade de gerir negócios e ter equipas dimensionadas para responder aos utentes. Há uma vontade para seguir um caminho de uniformização quer tecnológica, quer funcional dos sistemas de informação para garantirmos uma melhor capacidade de ter equipas dimensionadas para responder às necessidades dos utentes.

Ferramentas dirigidas ao cidadão e mobilidade dos profissionais. É fundamental que todos possam exercer a sua função da forma mais ágil e móvel possível e, para tal, é necessário um investimento forte em ferramentas de telessaúde. Se os profissionais não tiverem acesso às ferramentas, os cidadãos também não podem beneficiar delas. O acesso à distância tem de ter qualidade seja pela via telefónica, digital ou com mediadores na comunidade para facilitar a vida ao cidadão. É preciso reduzir o número de portais, apps e as mais diversas linhas telefónicas existentes atualmente para o cidadão sentir confiança na utilização dos serviços omni canal.

A telessaúde é o terceiro pilar. Se usássemos só a tecnologia que está
disponível há 10 anos, já tínhamos soluções evidentes nas suas vantagens que fariam a diferença. A pandemia é um dado novo nesta equação, apanhou-nos de forma violenta e negativa, mas veio promover algumas mudanças e a telessaúde pode ser uma das áreas mais impulsionáveis dentro das tecnologias neste contexto de pandemia. A telemonitorização pode servir todos os aspetos na área da saúde e os SPMS têm o intuito de priorizar esta área, tornando-a de utilização generalizada.

Os dados são o quarto pilar. Se tivermos mais e melhores dados podem ser mais usados e de melhor forma. Há grandes vantagens nos dados abertos. Nos SPMS há uma grande vontade de tirar aos profissionais de saúde tarefas que não lhes acrescentem valor. Os dados também vão permitir que se continuem a trabalhar ferramentas de IA que possam trazer um futuro mais risonho para os utentes de SNS em Portugal.

Quando questionado sobre a falta de contacto com o cidadão a que ferramentas cada vez mais tecnológicas possam conduzir, Luís Goes Pinheiro responde que a missão é não deixar ninguém para trás e justifica esta intenção com a prestação de cuidados, na qual as tecnologias vieram humanizar a relação entre profissional e doente e promovem o encurtamento da distância.

Neste processo verificou-se uma aceleração por conta da pandemia e devido a uma mudança de mentalidades (que é o mais difícil de mudar) e assim tudo se torna mais fácil. A realidade mudou e a mentalidade é, hoje, diferente

Estas são apenas algumas das conclusões que estão disponíveis neste documento.

Daniela Azevedo para a APDSI

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