Entrei em 2017 na minha cidade portuguesa de eleição: o Porto, a ver aquela que é, muito provavelmente, a minha banda de rock portuguesa preferida: Blind Zero. Não sendo a passagem de ano um momento que festeje com particular efusividade, entrar em 2017 no Porto só podia trazer um bom prenúncio.
Ainda na ressaca da depressão do futuro incerto para o podcast de contos infantis SBROING, nasce uma amizade com os digníssimos representantes da FIRST LEGO League em Portugal. E tudo começou com um voluntariado no Pixels Camp… a provar que a desvalorização nuns contextos profissionais nos dota, afinal, de ferramentas preciosas que nos tornam mais fortes e melhores pessoas lá à frente no tempo e com outros parceiros de trabalho.
Neste ano levei mais a sério as terapias complementares como o Reiki em formação, prática, reflexão e até colaboração com a Associação Portuguesa de Reiki. Abri a minha mente e percebi que não posso controlar tudo à minha volta, que o Universo está sempre a pôr-nos à prova e, às vezes, é legítimo não saber o que fazer. Aprendi a amar.
Chorei, afastei-me de gente de quem gostava muito e que acredito que o tempo trará de volta, apaixonei-me, namorei, consegui perceber onde me encaixo e onde não me querem.
Cumpri dois grandes sonhos: 1) conhecer Petra e sentir todo o poder e espiritualidade daquele local do Médio Oriente; 2) fazer uma reportagem para o National Geographic Channel. Estive na minha cidade europeia do coração: Londres. Na Jordânia, dei um workshop a alunos do ensino superior na Sae University sobre “Indústria e Jornalismo Musical” em Portugal.
Parti dentes. Voltei a ter dores de dentes. Fiz amigos na Assembleia da República. Fui agredida e assaltada na rua e, curiosamente, apenas com um saco de papel na mão e um reles documento da polícia lá dentro, percebi que sou muito afortunada. Reforcei, em diversas ocasiões, a certeza de que as nossas forças de segurança não cumprem com o seu papel.
Conheci músicos, vi credenciais serem-me recusadas por não ser “alternativa” o suficiente “para” e tive, por outro lado, realizadores de cinema a fazerem questão de me mostrar os seus trabalhos em primeira mão para que os pudesse descrever publicamente.
Cansada de me ver copiada na minha paixão original, a música, na primavera criei mais um blogue, o Popó Joli, sobre o meu primeiro carro e outros motores, além de histórias de que tanto gosto. Vim a integrar a Tertúlia do Peugeot 205.
Conduzi, com o peito cheio de orgulho e nervos, os trabalhos da 1.ª Convenção Nacional dos Serviços da CCP. Aprendi mais sobre robôs e entro em 2018 a pensar nas mudanças que estão a ser feitas aos princípios de Asimov. Fiz formação em programação e achei difícil. Fiz uma aula de culinária e detestei. Emocionei-me ao ver ao vivo e a cores a minha grande ídolo Jane Goodall. Comecei a escrever sobre o norte do país.
Venci medos. Uns dois ou três, não mais, mas foi bom. Fui ver cinema ao São Jorge. Uma, outra vez e outra ainda. E diverti-me muito por lá. Venci mais um passo rumo ao veganismo. Fui, finalmente, à Pia do Urso.
2017 foi, ainda, o ano em que mais vezes tive a minha voz na RTP, inclusivamente numa série, também noutros canais de televisão e online (o que eu gosto de ir gravar ao SAPO!).
Voltei ao SBROING e decidi que era para continuar. Vivi as eleições autárquicas com uma emoção e entrega que nunca antes tinha experimentado e passei um dos meus maiores “apertos” em direto e ao vivo pela Rádio Voz de Alenquer. Sempre a aprender. Descobri música nova. Conheci a Madragoa por dentro e a generosidade de quem lá vive e trabalha. Conheci a Mouraria à noite e todo um lifestyle que me agrada.
No Natal e Ano Novo, decidi que jamais vou aceitar que amigo meu passe essas noites sozinho.
Para 2018 gostava de ter mais tempo. Saúde. Amor. Zero arrependimentos e que todos tivessem menos gana de prejudicar o seu semelhante como único método para se darem bem. Queria menos dedos apontados. Mais alegria pelo bem feito e mais compreensão pelo menos bem feito. Que a vida me continue a fazer sentido.
E aqui fica um exemplo de carne e osso de que quando uma porta se fecha, outras, mais emperradas, estão desejosas de se abrir. Feliz 2018!
Fica o registo: o tema com que o Fernando Alvim fecha esta edição do programa foi sugestão minha, por ter sido a primeira música que passei em rádio em 1996 – Irene Cara com ‘What a Feeling’. Ontem como hoje “Take your passion and make it happen. Pictures come alive: you can dance right through your life”.
Ainda sobre a minha passagem pelo programa “É a vida Alvim”, dizer que eu sei que Star Trek e Star Wars não são a mesma coisa mas a minha cabeça lê ambas como ficção científica no Espaço. Quem fica arreliado com a confusão de certeza que não sabe, de chofre, em que país decorre a ação do Velocidade Furiosa 3 e do 8. Tenham paciência. O encanto do mundo é feito destas dicotomias.
É sempre um redobrado prazer ver uma mulher bonita, com neurónios, com voz colocada, com histórias interessantes para contar a crianças, a adultos e fã dos ABBA, Mamma Mia.