Na segunda noite de edpcooljazz 2017 muita “coisa” musical boa aconteceu.
Com uma tarde quente e uma noite fria, como é comum para os lados de Oeiras, o edpcooljazz marca a diferença por ser um festival que acontece a um ritmo mais tranquilo. Todos têm tempo e opções de jantar, todos têm lugar de estacionamento relativamente perto do local dos espetáculos e todos estão ali com o propósito de escutar boa música enquanto o diálogo a dois ou entre amigos é sempre possível.
Às 21h30 a portuguesa Rita Redshoes abrilhanta o palco. Vestida de vermelho integral, a cantora mostra porque é que, paulatinamente, se tem tornado um nome seguro entre os bons da pop portuguesa, com o melhor que o género nos pode oferecer. Tigerman e David Fonseca, dois dos seus grandes apoiantes, oxalá a tenham visto porque esteve magnífica. ‘Life Is Huge’, do álbum “Her”, do ano passado, foi das primeiras da noite. Em 2008 o seu álbum de estreia “Golden Era” chegou à imprensa dentro de um sapato vermelho em cartão. A curiosidade era muita por esta moça de ar sério mas delicado que nos prometia músicas bonitas e sentidas num bom embrulho musical. Assim se cumpriu e no edpcolljazz ouvimos, desse tempo, ‘The Beginning Song’, uma das mais emblemáticas da sua carreira. Pouco depois, é tempo de recordar a avó para quem compôs ‘Your Waltz’ que nos toca ao piano. A mudança para a guitarra ocorre num tributo a Nina Simone, cuja “alma” Rita Redshoes abraça numa deliciosa combinação…
Aos 65 anos, Chrissie Hynde continua fiel ao estilo que nos apaixonou. De t-shirt onde se lê “Elvis”, o cabelo desalinhado e aquela maquilhagem toda punk, a cantora mantém-se de tal forma crítica à indústria do entretenimento que terá pedido para avisarem o público de que não queria telemóveis apontados a ela. De certa forma resultou, mas os efeitos coloridos dos brindes distribuídos à entrada talvez não lhe tenham agradado muito.
O tema que abre o concerto é ‘Alone’, precisamente o single com o mesmo nome do álbum lançado no final do ano passado, a que se segue ‘Gotta Wait’ numa onda muito punk, a mostrar aos jovens fãs como é que o punk rock se faz. De referir que o mais recente disco dos Pretenders foi produzido por Dan Auerbach, dos Black Keys, que é natural de Akron, no Ohio, tal como a própria Chrissie que gravou o álbum em Nashville.
Ao convite para dançar «aqui, nas filas da frente», segue-se ‘Don’t Get Me Wrong’ para adoçar o bico às gerações mais antigas, amplamente representadas no edpcooljazz e que também vibraram com ‘Talk of the Town’, outra das antigas.
Já mesmo a fechar não podia faltar ‘I’ll Stand By You’, a baladona que toda a gente conhece e canta do princípio ao fim entre beijos apaixonados. Ainda temos direito a um solo de bateria e já em encore temos ‘The Wait’ – a espera – que desejamos não venha a ser tão grande pelo próximo concerto…
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